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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Conheça os Programas (Filmes, Documentários e Curtas) Que Veremos no Cine!

Foram escolhidos 12 Programas no Catalogo da Programadora Brasil para as Sessões do primeiro Trimestre do Cineclube.
Assim, ficarão dentro dos filmes que a Curadoria selecionou e farão parte do acervo do nosso Cineclube. Eis os 12 Programas escolhidos:


O Homem que Virou Suco e a Saga da Asa Branca



Histórias populares do Nordeste estão neste programa composto de dois filmes realizados na mesma época. São as histórias transmitidas oralmente que eventualmente se transformam em literatura de cordel e em canções. A animação pernambucana A saga da Asa Branca ilustra, em estilo de cordel, a célebre toada Asa Branca, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, gravada pelo rei do baião pela primeira vez em 1947. Também em estilo de cordel, O homem que virou suco é um dos filmes mais contundentes e fascinantes sobre o tema da migração nordestina para São Paulo. Nele, o ator José Dumont desempenha duplo papel, de dois migrantes em que um assassino e um cantador são confundidos. Diversão e reflexão.

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Cinema, Aspirinas e Urubus e O Crime da Imagem




Com equilíbrio entre forma e fundo raro para um estreante, o pernambucano Marcelo Gomes realizou uma das melhores abordagens do sertão nordestino e um dos grandes momentos do cinema brasileiro atual. O encontro entre um alemão, fugido da Segunda Guerra Mundial, e um nordestino que quer ir para a cidade grande em busca de oportunidades, rende um belo e original road-movie (filme de estrada). O diretor investe no despojamento formal, mas cria uma nova estética, resultado de um fecundo diálogo com a paisagem agreste. O sertão nordestino também é cenário do curta “O crime da imagem”, realizado por outro pernambucano, Lírio Ferreira. O filme mostra Antônio Conselheiro (Tuca Andrada) antes de se tornar o líder de Canudos.

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Janela da Alma & Cego Oliveira no Sertão do seu Olhar




Os olhos são a janela da alma: este o mote do documentário de João Jardim e Walter Carvalho sobre a maneira como cegos e deficientes de visão “vêem” o mundo. O filme estrutura-se através de depoimentos, colhidos mundo afora, de personalidades como o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo Eugen Bavcar, a atriz Marieta Severo e um vereador cego. A certa altura, José Saramago afirma que somos cegos de tudo o que faz de nós um ser agressivo, egoísta e violento, num mundo de desigualdades e sofrimentos. Perfeito complemento é o curta-metragem sobre a vida do Cego Oliveira, tocador de rabeca no sertão do Ceará, dono de uma visão muito particular do mundo. Fascinante a proposta autoral de Lucila Meirelles em recorte experimental, sustentado por fotos fixas, paisagens fora de foco, cadernos de cordel, artesanato popular, tudo isso composto em sinfonia audiovisual, ao som da rabeca e da voz do Cego cearense.

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Cego Oliveira não era cego mas portador da visão subnormal. Ao registrar o mundo ocorriam-lhe alterações oculares que produziam interferências na sua maneira de olhar. Uma outra visão de mundo. Natural do Juazeiro do Norte, no Ceará, o tocador de rabeca morreu em 1977 com 94 anos.

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Curtas Infantis 4 - Animações Infanto-Juvenis




Em massinha, desenhadas tradicionalmente ou em computação gráfica, animações de vários cantos do Brasil compõem este programa de curtas-metragens animados voltados para o público infanto-juvenil. São produções cariocas, paulistas, mineiras, cearenses e gaúchas tratando dos mais variados temas, apresentando um boneco com cabeça de lâmpada, um menino que pode voar, uma velhinha em uma turbinada cadeira de rodas, um casal circense de proporções completamente opostas, um vampiro, entre outros inesperados personagens e criativas situações que cruzam comédia, drama e ação. Obras premiadas que mostram um perfil da alta qualidade nacional dos realizadores do nosso país em um conjunto de filmes que - embora voltado aos espectadores infanto-juvenis - possibilitam distintas leituras por públicos de todas as idades.

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Jango




Um dos maiores sucessos populares da história do documentário brasileiro, Jango foi um filme necessário no seu tempo (1984, estertores do período de exceção) e hoje é um clássico. Poucas vezes o perfil de um líder político chegou às telas com a fluência, a inteligência e a emoção desse trabalho de Silvio Tendler. O filme concentra-se na figura um tanto trágica desse estadista sem poder que, junto com sua deposição em 1964, levou consigo, por muito tempo, os sonhos de um governo popular. Um tesouro em materiais de arquivo é submetido a uma edição vibrante e servido por um texto que, além de comentar as imagens, vale-se de metáforas e aproximações para revelar o seu subtexto.

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De passagem & Passageiros



O que poderia relacionar filmes como o drama De passagem, longa-metragem de estreia do diretor Ricardo Elias, ambientado na periferia da capital paulista, e Passageiros, comédia em curta-metragem dos gaúchos Carlos Gerbase e Glênio Póvoas? Além da transitoriedade de dois personagens dentro de uma cidade grande, um elo entre eles é a marginalidade. Se o primeiro é pontuado por reminiscências da infância — e também do passado recente que não merece ser rememorado, já que a morte pode ser um bom esconderijo para a vida —, o segundo é o ponto de partida de uma “nova vida”, disparada pela revolta e pelo ultraje. Drama e comédia se encontram neste programa assim como na vida — afinal, são duas faces da mesma moeda.

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Um assaltante típico. Um típico motorista de táxi. Um trajeto típico pela noite de Porto Alegre, da estação rodoviária até uma rua deserta. Mas, na hora do assalto, o motorista não reage como deveria. Enquanto isso, na TV, o ministro da justiça discursa contra a violência.

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O Cavalinho Azul e Portinholas



Filmes inspirados na literatura, na pintura e no teatro brasileiro voltados para o público infanto-juvenil e que homenageiam grandes autores do gênero a partir das suas obras: Portinholas, do livro homônimo da escritora Ana Maria Machado, é o resultado de um projeto realizado com 150 crianças da rede pública, pelo Instituto Marlin Azul/Projeto animação, em Vitória- ES. As crianças criaram e animaram o curta que, como no livro, faz uma viagem ao mundo das artes através da pintura de Portinari. O Cavalinho Azul, filme em longa metragem de Eduardo Escorel, baseou-se na peça homônima, escrita pela teatróloga infantil Maria Clara Machado. A obra de Escorel, realizada em 1984, já é considerada um clássico do cinema infantil.

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Curtas Infantis 1



O Programa Curtas Infantis 1 reúne sete animações para a criançada. Feitas em diversas técnicas e condições formam interessante panorama da produção no gênero. Os trabalhos que abrem e encerram o programa, justamente os mais recentes, são frutos do edital infanto-juvenil do Ministério da Cultura, o Curta Criança.

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Cafundó



Cafundó parte da história real de João de Camargo (ex-escravo cuja trajetória passa pela Guerra do Paraguai) para fazer um retrato dos afrodescendentes e da religiosidade sincrética brasileira. Natural da região de Sorocaba (SP), Camargo se deslumbra com o mundo fora da escravidão e se casa com uma mulher branca. Ele passa a viver entre o quilombo local e a construção de uma igreja onde realiza milagres, misturando a fé católica a influências africanas. A codireção de Clóvis Bueno se reflete no cuidado com a direção de arte e reconstituição de época, e a de Paulo Betti na direção de atores. Didático e com paisagens impressionantes, o filme é um documento precioso sobre a construção étnica e espiritual do povo brasileiro.

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Deus e o Diabo na Terra do Sol



Um dos grandes marcos do Cinema Novo, o segundo longa-metragem do cineasta Glauber Rocha se apodera da linguagem do cordel para mergulhar no Nordeste do cangaço, do fanatismo religioso, da miséria e do poder cruel dos coronéis. O resultado é uma obra-prima barroca, atravessada por lirismo cortante e grandeza épica, que explora a árida paisagem da região com rara força dramática e simbólica. O uso da música de Heitor Villa-Lobos contribui para fazer de Deus e o diabo na terra do sol um clássico imprescindível.

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Edificio Master



Um edifício em Copacabana, 25 moradores, gente aparentemente muito comum. Mas a câmera de Eduardo Coutinho vai encontrar ali toda a matéria de que se fazem os melodramas: solidão, fantasias, vaidade, dramas familiares. Em mais essa obra-prima de um mestre do documentário testemunhamos a precisão na escolha dos personagens e o rigor na opção pela palavra. Ouvindo as entrevistas conduzidas por Coutinho fazemos nosso “cinema mental”. Ao mesmo tempo, os entrevistados se mostram de uma maneira mais complexa e reveladora do que se não estivessem diante de uma câmera. É cinema-verdade da melhor estirpe, repleto de humanidade.

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Cronicamente Inviável e Divina Previdência



Composto por filmes dirigidos por Sergio Bianchi, o programa permite conhecer dois momentos da obra do diretor, que sempre propõe histórias contundentes numa tentativa de melhor entender o fragmentado e contraditório Brasil. Depois de larga experiência fílmica, é com o longa-metragem Cronicamente inviável que o diretor atinge sua maturidade, apontando questões urgentes e mal-resolvidas com ironia e perplexidade. Rodado em 1983, quase 20 anos antes do longa, o curta-metragem Divina previdência também já se ocupava dos problemas sociais ao retratar um mendigo ferido às voltas com o sistema público de saúde e a previdência social.

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